Xangô o dono do tambor

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Função do Alagbê- Tambor -Atabaque

Tais instrumentos possuem um papel essencial nas cerimônias. Eles foram batizados e, de vez em quando, é preciso manter suas forças, o Axé, por meio de oferendas e sacrifícios. Os atabaques preenchem um duplo papel: o de chamar os Orixás no início da cerimônia e, quando os transes de possessão se produzem, o de transmitir as mensagens dos deuses. Somente o Alagbé e seus auxiliares, que tiveram uma iniciação, têm o direito de tocá-los. Nos dias de festa, os atabaques são envolvidos com tiras de pano, nas cores do Orixá evocado. Durante a cerimônia, eles saúdam com um rítmo especial, a chegada dos membros mais importantes da seita e estes vem se curvar e tocar respeitosamente o chão, durante uma cerimônia, em frente da orquestra, antes mesmo de saudar o Pai ou a Mãe de Santo do terreiro. No caso em que um desses atabaques seja derrubado ou venha a cair no chão durante uma cerimônia, esta é interrompida por alguns instantes, em sinal de contrição. O uso do tambor Batá, utilizado por Xangô na África, perdeu-se no Brasil mas foi mantido em Cuba. Os ritmos chamados de Batá são ainda conhecidos por este nome na Bahia. Acontece o mesmo com o ritmo denominado Igbin, dedicado a Oxalá, que na África é batido sobre tambores que levam o mesmo nome. Outros ritmos como, por exemplo, o Igexa, são tocados em certos terreiros sobre os Ilús, pequenos tambores cilíndricos com duas peles ligadas uma à outra, durante os cultos de Oxun, Ogun, Oxalá e Logumedé. Durante os toques de chamada feitos no início da cerimônia, os atabaques são batidos sem acompanhamento, sem danças e sem cantos, o que contribuiu para realçar, graças a este despojamento de elementos melódicos, a pureza do ritmo associado a cada Orixá.



O elemento melódico das músicas africanas destaca-se, no decorrer das cerimônias privadas, no momento dos sacrifícios, oferecimentos e louvores dirigidos às divindades frente aos Pejís. São cantos sem acompanhamento de tambores, o ritmo ficando ligeiramente marcado pelo bater das palmas. A melodia é rigorosamente submetida às acentuações tonais da linguagem Yorubá. Os dois elementos, ritmo e melodia, encontram-se associados no decorrer do Xirê público, quando os sons dos atabaques são acompanhados por cantos.

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